quinta-feira, 1 de julho de 2010


Simplesmente Vanessa...



Dizem que é bom a gente anotar, gravar memórias, porque quando a velhice chegar, teremos tudo guardado...


Bom eu não sei se a velhice chegará pra mim, mas talvez a saúde fragilizada me faça esquecer algumas coisas antes. Lembro-me de pouca coisa de minha infância, mas o que lembro com certeza é bem marcante. Lembro de me contarem algo muito importante aos sete anos. Lembro de ter passado por grandes aperreios e ter enfrentados todos sozinha, na verdade não tinha ninguém mais velho que dissesse: 'deixa que resolvo isso pra você', então fui aprendendo sozinha, aprendi a me defender, cresci rápido, não em estatura, mas em personalidade, em responsabilidade. Ah, antes que se perguntem porque estava sozinha, sou filha única, minha mãe é uma mulher excepcional, passou a vida toda ajudando os outros, cuidando dos familiares doentes, ajudando os amigos, acredito que nesse meio, por eu está sempre "bem", ela acabava correndo atrás de quem julgasse está precisando mais dela. Não recrimino ela, esse jeito dela de se doar é algo incomum de se achar nas pessoas. Bem, voltando ao que está falando anteriormente, aos 11 anos eu já cuidava muito bem de mim, sem precisar de babás, de avó, de tias, me virava sozinha. Assim fui crescendo, lembro-me do meu primeiro namorado, tão carinhoso, e eu, nem estava muito aí pra ele, queria curtir minha adolescência, na verdade nem sei porque namorei com ele, kkkk. Tive algumas paixões, não muitas, confesso. Ou seja, não sou uma expert no quesito relacionamentos, vai ver por isso tive algumas decepções. Engraçado, na escola ensinam tudo pra gente, como se comportar, como falar, tantas coisas, mas ninguém tem uma cartilha de como amar. Meu maior pecado está aqui, quando amo, amo demais, amo profudamente, alguns dizem que isso é bom, mas só é bom quando também se é amado.

Meu grande amigo costumava dizer que eu tinha uma mente muito madura pra minha idade, que tinha uma forma muito minha de ver a vida. Saudade dele, está tão distante... Sabe quando você sofre e resolve se fechar pro mundo? Pois bem, foi isso que fiz após 3 longos anos de uma relação frustrada. Depois de sarar essa ferida, foi tudo muito lindo, me mantive num estágio de desapego, nada de amores, nosinhora como essa fase foi boa, digamos que você vive sem nenhuma perspectiva em relação a sentimentos, mas você se poupa de tantas decepções, de tantos sofrimentos. Aí um belo dia, eu resolvi sair de minha redoma, me apaixonei, caramba, foi muito bom sentir o gostinho do querer novamente, mas olha lá, outra decepção bateu a minha porta, mas você não está pensando que desisti não né... Uma pessoa me disse: 'você precisa parar de rimar amor com dor', como se isso fosse fácil... Pois bem, conheci uma pessoinha bacana, do nada surgiu um sentimento e estava lá eu me envolvendo num relacionamento à distância, tá pode me chamar de louca, mas eu não acho que a distância pode matar um sentimento verdadeiro, o que é mediocre deixa de existir, mas o que é puro, aumenta a cada dia, mas ainda não foi dessa vez, lá ia pelo ralo mais um relacionamento... A culpa não foi minha tá, nem todo mundo sabe lidar com esse tipo de relação... passado um tempo, por sinal bastante curto, conheci outra pessoa, e simplesmente acreditei que dessa vez era pra valer, um amor bonito, imenso, arrebatador, mas que quis deixar de tentar, pelo amor de nosinhora da bicicretinha eu tentei tá, fiz das tripas coração pra manter, mas quando um não quer, dois não brigam, não existe relacionamento de um... Enfim, mais uma frustração pra compor meu caderninho. Nossa já pensou se eu tivesse filho e no futuro ele lê-se isso, pensaria: 'nossa minha mãe foi mesmo uma tabacuda viu, quanto desacerto', kkkkkk... Pulemos essa parte, estou tentando não rimar amor e dor...

Eu recordo do dia que passei no vestibular, nossa foi uma felicidade imensa... Lembro de uma entrevista de emprego que eu disse aos supervisores que estavam entrevistando, que eu não fazia idéia de como meu curriculo havia chegado ali, mas que isso era um sinal pra eles me contratarem, hehehe... Sinto saudade de minha prima que perdi de maneira tão bruta... Sinto saudade das minhas tardes na beira da praia vendo o pôr do sol... Sinto saudade de mim, e nessa saudade eu tento me encontrar... Li hoje uma frase que me fez pensar muito: "A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional". Confesso que fiz diversas análises dessa frase, mas prefiro guardá-las comigo. Assim como as lembranças que não posso colocar aqui, assim como os sentimentos que não posso expressar, assim como as dores que preciso calar... Dizem que a felicidade consiste em você ter uma memória ruim, se isso for verdade, sou mesmo uma fudida, porque tenho uma memória incrível, e se for importante pra mim, é aí que não esqueço mesmo, rsrsrsrs

Queria um dia escrever um diário, mas sou meio atrapalhada, não sei se daria muito certo. Hoje tenho projetos, anseios, uma vontade imensa de sentir que realizei algo de bom e proveitoso por mim mesma. Não quero chegar adiante e ver que nada fiz por mim porque estava a disposição das vontades alheias, se preciso for, eu salto muralhas, eu vou em frente, eu surpreendo, desafio, mas não vou cometer o erro de deixar que decidam a minha vida por mim... não se admire se um dia, me encontrar um pouco diferente, não se assuste se eu bular as convenções, não me critique por ter feito da minha vida o que eu quis, se não puder me apoiar, não me atrapalhe, posso mudar em muitas coisas, mas no fundo continuarei a ser aquela menina que tanto sonhava e que de tanto sonhar acabou se transformando.


Ps: depois eu volto aqui...

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