terça-feira, 3 de agosto de 2010


Marcas...


Os olhos brilhavam, trazia na face um doce sorriso

Deu-me um abraço desajeitado, como um bicho acoado

Falou pouco, escutou bastante

Aproximou-se como quem queria um aconchêgo

Aproveitou de minha distração e sentiu meu cheiro

Seu olhar expressivo me invadia como se quisesse me descobrir

De uma forma desconcertada foi embora, mas deixou uma marca

No outro dia voltou, estava um pouco mais a vontade

Logo perdeu a timidez, mais uma vez aproximou-se

Beijou-me como se fosse o último beijo

Transmitiu amor, desejo, paixão

O coração batia como bateria de escola de samba

Fechou os olhos como se estivesse num sonho, calou-se por um instante

E sem dizer nada foi novamente embora, mas deixou outra marca

Quando voltou parecia que me conhecia a anos

Tanta cumplicidade, olhares que se traduziam em amor

Palavras desnecessárias, beijos, gestos, carícias

A emoção, o querer, sensação de poder

Mais beijos, abraços, poucas palavras

O mundo todo se resumia naquele momento

Ardia dentro do peito um desejo insaciável de você

O tempo passou, você foi embora, porém outra marca ficou

Ao regressar trouxe consigo os sentimentos mais fortes

As palavras que se faziam cada vez mais desnecessárias, foram deixadas de lado

Me amou com intensidade, me levou aos delírios mais loucos

Pensamentos insanos, uma necessidade imensa de amar você

O desejo maior era que o tempo parasse para que ficassémos ali

Um quarto, uma cama, duas pessoas, um amor

Os melhores perfumes não possuem o teu cheiro

As bebidas mais fortes não expressam a intensidade do teu amor

As frases mais complexas não definem você

As flores mais raras não tem a tua doçura

Nem as mais belas poesias traduzem aquele verão

Agora nesse inverno tenho apenas as lembranças

As marcas daquele amor

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